Cuca nem completou dois meses de trabalho à frente do Cruzeiro e já é considerado um paizão por muitos jogadores, como o lateral-direito Jonathan chegou a declarar esta semana. Unir o grupo a ponto de formar uma ‘família’ é justamente uma das pretensões do treinador, de modo que a chance de êxito no Brasileirão seja maior.
Ampliar a ‘família Stival’ na Toca, já composta por ele e pelo irmão Cuquinha, seu auxiliar, passa por colocar a sinceridade à frente de tudo na relação com os atletas. “A gente ainda está em fase de conhecimento um do outro, você não tem o conhecimento mútuo do time com dois meses, igual eu fecho agora, no dia 8. Então, eu procuro ser no campo o que sou na rua, o que sou em casa, para você não se perder, não ser um em casa, um aqui, porque senão você vai ser o treinador em casa...(risos). Eu procuro ser a mesma pessoa”.
O desafio de Cuca e de qualquer treinador na missão de unir o grupo é motivar os jogadores reservas. Hoje, além de 11 titulares, ele dispõe de 21 peças de reposição.
Cuca tenta deixar todo mundo concentrado no mesmo objetivo à base de muita conversa no dia a dia e, claro, fazendo justiça na hora de montar o time com aqueles que atravessam o melhor momento.
”É muito fácil agradar os 11 que jogam. E os outros que não estão jogando? Pedro Ken, Eli, Thiago, enfim, todo o pessoal. Os caras estão sendo profissionais, sabem que daqui a pouco chega a oportunidade deles. Não estão de alguma forma relaxando. O Eli estava para ser emprestado para o Atlético-GO uma semana atrás e entrou no jogo com o Atlético-MG, num jogo daquela importância. Se ele estivesse mal trabalhando, poderia ter deixado a gente na mão, mas ele estava bem trabalhadinho, e ele sabe que amanhã ou depois chega a oportunidade dele. O que a gente tem que ser é coerente, o mais honesto possível com todos eles, sabedor que vão jogar 11. E que quem não estiver jogando, vai buscar o seu espaço. É assim que a gente monta um grupo e, quem sabe, na frente, uma família”, explica o comandante.
Para Cuca, outra razão para ter uma família na Toca da Raposa é o fato de estar vivendo dentro da concentração, pois a esposa e as filhas continuam em Curitiba devido ao período escolar. Quanto melhor o ambiente lá, melhor para ele, que passa quase todo o tempo lá.
”Eu estou morando aqui na Toca há cinqüenta e poucos dias.E que lugar bom para trabalhar, para morar. O aluguel é baratinho, a comida é boa, acorda e já está no campo, então é bom demais. É natural que a gente faça aqui o ambiente que a gente tem em casa”, completou o treinador, já tem 66,66% de aproveitamento no Brasileirão, com três vitórias, um empate e uma derrota.